O feito mostra que a união —
seja internamente ou externamente à classe — pode trazer resultados. Porém,
apenas um, dos inúmeros pontos da pauta, foram conquistados. Por isso é necessário
engajamento dos servidores e servidoras que ainda não aderiram à paralisação
ou que apesar de estar em greve não participam e colaboram das
atividades.
Declarações
de apoio
O apoio que os técnicos
conseguiram dos docentes e discentes foi expressado várias vezes na última
segunda-feira. Nas mais de quatro horas de reunião do Consun, houve uma
sucessão de intervenções evocando os anseios da comunidade unileira e
defendendo “o projeto original da UNILA”, posto em xeque pelo Reitor com a
possibilidade de os conselhos superiores deixarem de ter representações
paritárias, com a presença das categorias em igual número.
Apesar desse contexto crítico,
grande parte dos conselheiros lembraram que somente estavam no encontro em
respeito ao pleito dos técnicos, uma vez que não houvera convocação, pela
Reitoria, de uma reunião extraordinária, conforme compromisso do reitor em
reunião anterior.
“Eu queria parabenizar a todos
pelo momento de greve. As conquistas dos trabalhadores da nossa instituição.
Mas é um dia que tem de ficar marcado. Por isso pedi a palavra, para falar
sobre a ata da reunião anterior. É um dia que tem de ficar marcado como um
ponto de repúdio. Eu expresso essa indignação em relação ao movimento do
professor Josué desde a última reunião que tivemos até agora”, protestou, já no
início da sessão deliberativa Luciano Wexell Severo, um dos representantes dos
docentes.
O mesmo tom foi seguido por
outros conselheiros. Senilde Guanaes, também docente, criticou o posicionamento
da Reitoria, mas antes parabenizou os TAEs e pediu as outras duas categorias
que respeitem a greve. Por sua vez, Fabiana Zelinski fez um resgate ao analisar
o feito.
Como moradora da cidade, a
conselheira, que representa o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e
Luta pela Paz (Cebrapaz), acompanhou a idealização, o surgimento e o
crescimento da UNILA, definida por ela “como uma nova universidade” que todos
querem. “A luta dos servidores públicos federais pelas 30 horas só vem agregar
valor à luta de todos os trabalhadores. Como representante da comunidade
externa, sei que ainda temos uma muitos trabalhadores com jornada de 44 horas e
quando se tem pessoas lutando pela flexibilização, há a esperança de que todos
tenham melhores condições”, contextualizou.
30
horas
Chamada popularmente de 30
horas, a flexibilização da carga foi lembrada ainda como não apenas uma luta
dos servidores da UNILA, mas da classe em todo o país. Representante do
Sinditest Paraná, Carla Cobalchini, destacou que reconhecer a nova jornada
representava dois feitos, o primeiro fazer justiça. O segundo “reconhecer que
os técnicos compõem a comunidade universitária”.
Para ela, além de a aprovação
da jornada pelo Consun não ser apenas uma vitória isolada, a sessão também se
tornaria emblemática e exemplo para o país, por defender ainda a
representatividade equânime: “Nós sabemos que tão importante quanto as 30 horas
é a paridade dentro de uma universidade (..) A gente tem clara noção de que o
Ministério da Educação não defende a democracia dentro da universidades. Quem
nos representa somos nós mesmos, elegendo nossos representantes. Por isso temos
a tranquilidade de dizer aqui que vamos, sim, votar as 30 horas hoje e temos
tranquilidade que oportunistas não passarão. Vamos manter a nossa defesa
histórica da democracia dentro das universidades e a UNILA vai ser espelho para
os restante do país”, comemorou.
Participação
da classe tem de ser reforçada
Batalha vencida, a aprovação da
jornada diferenciada aumenta a responsabilidade dos técnicos em garantir o
atendimento das demais pautas locais. Entre elas está justamente a
discussão central — ao lado das 30 horas — da última sessão do Consun: a
paridade. A representação equânime das três categorias — discentes, técnicos e
docentes — é requerida em duas circunstâncias na pauta: na consulta (eleição)
para os cargos de reitor e vice-reitor em 2015 e na formação dos órgãos
colegiados e cargos de direção.
A lista de reivindicações de
greve inclui ainda a regulamentação, por meio de resolução do CONSUN, do pagamento
de adicional de penosidade (também conhecido como adicional de fronteira) para
os servidores da UNILA; qualificação da infraestrutura universitária; a
regulamentação, também via Conselho Universitário, de uma política de combate
ao assédio moral; liberação para exercício sindical em atividades classistas;
democratização, humanização e revisão da Política de Gestão de Pessoas;
fortalecimento do projeto UNILA e, por fim, a institucionalização de um
programa de assistência psicossocial aos TAEs.
Saiba como participar
Além da participação nas
assembleias, o servidor ou servidora pode colaborar com o movimento se juntando
ao Comando de Greve. Foram criadas três comissões: de Ética, que analisa
questões relativas à paralisação; de Atividades, encarregada da programação da
greve, e de Comunicação, que divulga as ações e mantém a comunidade unileira e
a população informadas.
Foram constituídos também três
grupos de trabalho (GTs). Dois deles com encontros às tardes de terça (Gestão
de Pessoas e Projeto UNILA) e outro na tarde de sexta (Adicional de Fronteira).
Regularmente são organizadas
ainda atividades como o Acampamento Lúdico — em frente ao prédio da Reitoria —
e o Cinedebate, às sextas à tarde, quando os servidores e servidores assistem a
um filme e expõem suas impressões após a exibição.
Participe! Fique atento à
programação no blog (http://www.greveunila2015.blogspot.com.br) e na página do
Facebook (Greve UNILA).