segunda-feira, 1 de junho de 2015

Carta à comunidade



Foz do Iguaçu, 29 de maio de 2015

Prezados,

A partir de 29 de maio, a categoria dos técnicos-administrativos da UNILA entra em greve, aprovada no último Congresso da Federação dos Sindicatos de Técnicos Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil – Fasubra, que entre os dias 04 a 08 de maio de 2015 reuniu 49 representações sindicais no maior encontro da história da entidades, ocasião em que Universidade contou com a participação de cinco membros.

No Confasubra foi discutida a situação da categoria, a conjuntura política atual (crise econômica e política de ajuste fiscal) e os golpes contra toda a classe trabalhadora, incluindo as drásticas mudanças em curso, tais como as MPs 664 e 665, relativas ao seguro-desemprego, auxílio-acidente e pensão por morte, e o PL 4330, que com sua aprovação, gradualmente, põe fim ao funcionalismo público como conhecemos, tendo direto e nefasto impacto na educação.

Prova disso é que instituições tradicionais como a UFRJ estão em vias de suspensão das atividades até que seja feito o repasse para o pagamento pelo trabalho terceirizado. Tornou-se um grande desafio encontrar uma universidade brasileira que esteja em condições de fazer jus ao slogan "Pátria Educadora", ainda mais diante de sucessivos cortes orçamentários que  trazem enorme dificuldade à execução dos trabalhos não somente à nossa categoria, mas à dos docentes, atingindo inclusive os discentes (muitos dos quais necessitam de auxílios financeiros).

Em função de tal perspectiva, nossa greve não possui somente pautas locais, como a implementação da jornada de 30 horas, tampouco aquelas exclusivamente relacionadas à carreira, como a correção salarial de 27% (mera reposição inflacionária dos anos anteriores), mas compõe um movimento nacional contra a precarização da educação pública, que está sendo desmantelada como um todo.

Todavia a adesão à greve, direito constitucional e principal instrumento de luta da classe trabalhadora, seja um direito individual (livre, sem assédio de chefias ou do próprio movimento prevista) de qualquer servidor, nossa categoria tem levado adiante um coeso e maduro processo de construção coletiva, que representou uma aprovação por unanimidade pela greve em Assembleia realizada no último dia 15 de maio, o que leva a entender que certamente haverá um grande contingente aderindo ao movimento. 

Em relação às funções técnico-administrativas, haverá paralisação em larga medida. As atividades essenciais, destacadas na atual legislação como aquelas que colocam em risco a “sobrevivência, a saúde ou a segurança da população” (art. 11 da Lei 7.783/1989), desde que definidas previamente pelas unidades administrativas e avaliadas pela Comissão de Ética do Comando de Greve da Unila, serão mantidas. Todas as que não se enquadrarem nesses critérios serão paralisadas integralmente.


A legítima preocupação de docentes e formandos quanto à finalização do semestre precisa também levar em consideração a qualidade da formação das próximas gerações, mas infelizmente os transtornos causados pela paralisação fazem parte do processo, apontando a futura necessidade do fim da greve, que se dará por meio de negociação em função do fundamental atendimento às pautas. Acompanhe as atividades, a pauta nacional e local do movimento em www.greveunila2015.blogspot.com.br .

Em defesa de uma educação pública de qualidade!

Comando de Greve

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